sexta-feira, 8 de abril de 2011

Doce velhinho

Olá, pessoa perdida e desocupada (ou que burla as próprias ocupações)...

Sabe, eu não só duvido, mas também espero que você não seja completamente só no mundo. Família e amigos são fundamentais - falando sério, quem não tem a elevação necessária para suportar o isolamento completo perde a noção.
Na minha opinião, uma das melhores coisas de ter família e amigos é ter muita história para contar. Histórias de todos os tipos: engraçadas, tristes, emocionantes, alegres.
Casos tristes são coisas que eu não penso serem para se compartilhar com qualquer pessoa, mas acho que histórias engraçadas deveriam ser bastante divididas. Afinal, rir é o melhor remédio, é o que dizem.
Talvez eu não seja a melhor contadora de histórias, mas minha família com certeza tem boas histórias para serem contadas e isto, pelo que me consta, já é de longe no tempo.

Se você tem um vovô daqueles chiques e cheio de "nove horas", você talvez tenha uma ideia de qual era a aparência do meu distinto e, infelizmente, já falecido bisavô.
Bisavozinho nunca, repito, NUNCA saía de casa sem ser de paletó, bengala e chapéu. Se ele fosse comprar pão na padaria da esquina, ia vestido a rigor.

Quem visse essa figura tão peculiar jamais suspeitaria da alma "arteiramente" jovial que se escondia ali.
Sim, querido bisavô era arteiro como uma criança. Um pregador de peças. E meu padrinho que o diga.


Sair com o bisavô para ir pegar o trem era pedir para levar bofetadas a cada entra e sai de pessoas. O doce velhinho tinha uma tática para aprontar e nunca levar a culpa - que era ter sempre um bobo em quem colocá-la.
Quando uma mulher sentia um beliscão em suas coxas e, indignada, virava-se para quebrar o infeliz responsável, via-se em um dilema nem tão terrível: bater no senhor de idade, de terno e chapéu ou no moleque que estava com ele. Vocês podem imaginar quem sempre apanhava. É, padrinho, ainda bem que tapas não deixam cicatrizes (xD)!

Agora, se você pensa que era só esse o tipo de safadeza que ele aprontava, sinto, mas se enganou. Ele também tinha peripécias mais infantis.
Acho que o bisavô tinha uma aversão à tristeza, porque nem mesmo os velórios eram poupados.
Com o nono, eu aprendi que nunca se pode deixar sua bolsa dando sopa, quando o engraçadinho da família está no recinto. E não diga que eu não te avisei, quando encontrar quilos de chuchu fazendo peso extra. Sim, esse era um dos passatempos dele durante os velórios (xD).
Ah, e cuidado se seu calçado tiver cadarços. Você só vai descobrir que ele laçou os dois pés num mesmo nó, quando já estiver de cara no chão...

Bem, é como dizem: não julgue o livro pela capa... Nem o vovô pelo paletó.
Fica a dica ;D

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