sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vovô do mal

Olá, pessoas.

Um amigo do meu namorado costuma dizer que "o trem (ou o metrô) é a passagem para um mundo paralelo", por causa das esquisitices que se vê dentro deles. Se você anda de ônibus com frequência, sabe que os trens não são os únicos mundos paralelos.
Eu duvido que alguém não tenha uma "história de busão" para contar. No meu caso, os azares são mais frequentes que as bizarrices, mas cada um se vira com o que tem.

(Quem dera fossem assim...)

O que acontece é que estava eu, um tempo atrás, mais uma vez curtindo aquele passeio agradável de ônibus. Motorista demente, asfalto esburacado, aquela delícia de sempre. E eu, balançando de um lado pro outro, sentadinha no meu cantinho.
Dali a pouquinho, entrou um vovô. Eu olhei pra um lado, olhei pro outro. O ônibus não estava abarrotado de gente, mas não tinha mais lugar pro senhor sentar. Então eu chamei a distinta criatura e dei meu lugar para ele. Peguei meu material do cursinho, levantei e fiquei em pé, segurando no apoio.

Até aí, tudo lindo e maravilhoso. Mas, como disse alguém que eu não sei quem, não há bem que sempre dure e nem mal que nunca se acabe. E foi para confirmar este dito que entrou um grupinho escandaloso, barulhento, baderneiro e com péssimo gosto musical de adolescentes colegiais!
É inacreditável o quanto alguns adolescentes são babacas quando estão em grupo! Céus, vieram falando mais alto que campainha de jogo, num quaquaqua infernal sobre uma tal vaca chamada Raquel, ouvindo com aquelas porcarias de alto-falantes do celular um pagode do cão. Por que sempre que eu estou no ônibus entram umas tranqueiras assim? Por quê?!

E, mais uma vez, para provar que aquele dito é verdade, alguns pontos depois, o grupinho chato desceu. Oh, paz... Ou foi isso que eu pensei na hora.

Lembra do vovozinho que entrou há um tempo? Que eu cedi meu lugar para sentar? Pois é, o vovozinho também estava indignado com o grupo que tinha saído e resolveu manifestar para as vovozinhas e tias do fundo do busão a indignação.

"Esses estudantes de hoje são mesmo um bando de desocupados. São bagunceiros, não têm educação" e blá, blá, blá...

E eu fiquei lá, quietinha, no meu cantinho, enquanto as vovozinhas e tias concordavam e olhavam feio para mim e para o meu material de estudante.

Valeu, meu senhor. Você sentou no meu lugar e eu ainda saí de vilã.

Mas, já que o caso é do ônibus, vamos tornar meu desabafo mais útil para lembrar uma coisa muito importante: educação é para todos os lugares, inclusive no ônibus! Não grite, ninguém está interessado na sua conversa (principalmente se for sobre uma vaca chamada Raquel). Não ouça música num volume alto, pode apostar que metade das pessoas ali não gosta do mesmo estilo que você. Mochilas grandes podem tirar o lugar de uma pessoa, leve sempre perto do chão e não nas costas. Ofereça seu lugar para idosos, grávidas e pessoas com criança de colo. Você vai querer que alguém te ofereça quando precisar, então faça o mesmo pelos outros.

Bem, bom, well, agora, que já desabafei e alertei, posso me despedir tranquila. Ou pelo menos eu espero poder ¬¬.
Até, até. Beijinhos!

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