terça-feira, 19 de julho de 2011

Jardim de Infância

Olá, pessoa perdida.

Espero que o título do post não te sugestione a pensar que estou prestes a falar do meu jardim de infância, porque eu não lembro NADICA DE NADA - lembro vagamente da pré-escola e olhe lá que é muito.
O que eu vou escrever aqui é um texto que eu pensei esses dias enquanto escrevia outra coisa. Ele não ficou bem como eu queria, mas está valendo.
Eu não tenho muito para falar sobre ele, acho que ele se explica melhor do que eu e eu não sei bem explicar em que condições eu pensei nisso, então...


Jardim de Infância

    Muitas pessoas lembram de suas infâncias com carinho e saudades.
    Eu pouco me lembro do jardim de infância, mas exponho que manias adquiridas em tão distante tempo podem manter-se em mim e em todos.
    Não quero dizer com o enunciado acima que tenha visto na infância algo que revi na fase adulta. Ao contrário, vi na fase adulta algo que me fez pensar nas crianças e em suas atitudes.
    Eu não me recordo da criança geralmente gentil, de cabelos claros e curtos que levou para o jardim de infância seu mais belo brinquedo. Não me lembro da boneca de rosto corado, cabelos longos e cacheados, feita de material quebrável. Sequer tenho lembrança dos olhos desejosos e curiosos, curiosos e desejosos de outras crianças.
    Não sei sobre nada disso, mas sei que as crianças quiseram brincar com a boneca e insistiram à recusa, acusando a jovem dona de ser egoísta e precisar aprender a dividir. E, mais do que isso, sei do sentimento da pequena proprietária.
    Fosse comida, mesmo a sua favorita, dividiria; mas não sua boneca preciosa, a quem emprestou sua humanidade e deu vida. Ela não é egoísta, mas como pode se arriscar a perder sua amiga para crianças que não conhecem seu valor e não entendem o quanto é apegada a ela?
    Parece fácil o conceito de dividir as coisas mais preciosas... Mas só é fácil de verdade para aqueles que cobiçam as preciosidades alheias. É extremamente simples repartir o que não pertence a si, querer ser o outro dono do que é especial para seu dono de verdade.
    Mas coloque-se do outro lado, seja a pessoa que se arrisca a perder, a nunca mais ver... Não é mais tão simples.
    Ela não é egoísta, apenas não pode dividir o que lhe é mais caro e especial com alguém que não considera digno.
    Quem está realmente errado?
    E se fosse você?
    E se fosse a sua boneca?
    E se não fosse uma boneca?

.~.~.~.~.~.~.~.~.

Foi isso. Não é lá grande coisa, algo que se diga "pelos céus, mas é uma obra prima", mas, é, dá pro gasto. Pelo menos eu acho que poderia ter sido bem pior (ah, até que ficou legalzinho, mesmo tendo sido totalmente diferente do que eu pretendia fazer com o tema).
Se você já teve algo que alguém quis dividir com você, ainda mais um alguém de quem você não suportava nem o som do nome, você entende o que a menina do jardim de infância sente. Se você foi esse alguém, você sabe o que as outras crianças sentem... E eu não sei se concordo com você, neste caso.
Eu, sinceramente, já mostrei que estou menos propensa a reforçar o lado que acusa de egoísmo do que o lado chamado de egoísta. Melhor repensar sobre quem está sendo egoísta. A pessoa que tem e não quer dar ou a que não tem e quer tomar. Eu comparo esse desejo ao desejo de um ladrão, sabe? Mas isso fica para uma outra discussão, num outro dia mais propício.
Texto sinceramente dedicado à piranha, que eu sempre chamei de QI de vagabunda só de ouvir falar, que quis me tirar algo especial. Se eu lhe roubar algo assim tão importante, o que você vai achar de dividir, piranha?

Beijos&Abraços problemáticos
Repensem-se ^.^

1 comentários:

Anônimo disse...

ela e tão linda essa bonequinha ♥

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